Num evento com esta dimensão, cada um dos que tiveram a oportunidade de estar este ano em Amesterdão terá visto uma feira “diferente”, tal foi a diversidade dos expositores e das tecnologias apresentadas.
Pelo lado da Satcab, registamos estes três pontos como os que mais nos chamaram a atenção durante o certame de 2017:
SDI sobre redes IP
A migração de todos os serviços para IP é uma tendência não reversível. A substituição do coaxial (ou da fibra ponto a ponto) por ligações IP está a avançar cada vez mais rápido.
Com o recente impulso do vídeo 4K (ver também abaixo), muitos estúdios optam por investir diretamente em infraestruturas IP em vez de manter e ampliar seus sistemas complexos e fragmentos, baseados em ligações coaxiais e óticas.
Todavia, alguns operadores de TV ainda adiam o processo alegando a falta de interfaces diretas precisamente para o 4k. Mas também para isso a indústria apresenta alternativas: Enquanto as interfaces de 40 Gbps não atinjam um amplo grau de divulgação, foram desenvolvidas tecnologias de “soft compression” para permitir usar streams 4K (tipicamente com uma largura de banda da ordem dos 12 Gbps) para transporte primário em interfaces SFP de 10 Gbps. No IBC 2017 houve várias marcas a apresentar as suas soluções proprietárias.
Não obstante, a médio prazo irá impor-se o transporte do vídeo em banda base não comprimido, tal como aconteceu com o vídeo comprimido há aproximadamente duas décadas.
AIMS e ASPEN
Para facilitar a interoperabilidade, há duas normas que estão a competir pela standardização em termos de vídeo sobre IP: as iniciativas AIMS e ASPEN. Uma vez que a aposta no “cavalo errado” é algo que poderá custar caro aos operadores, alguns dos parceiros Satcab propõem soluções que suportam ambos os métodos.
As duas iniciativas estão baseadas em diferentes normas SMPTE. A principal diferença entre ambas centra-se nos métodos para a sincronização de vídeo, que utilizam diferentes métodos para encapsular vídeo, áudio e dados.
A Bridgetech e a AppearTV, por exemplo, são dois dos parceiros da Satcab que possuem produtos e soluções para ambas as iniciativas tecnológicas.
O “regresso” do 4K
Desde há vários anos que a IBC tem sido um “showcase” de soluções de vídeo 4K. No entanto, a verdade é que depois do “hype” inicial, a falta de conteúdos levou a que o entusiasmo esfriasse um pouco. Este ano foi claro que o 4K entrou já no mainstream, agora que todas as peças – incluindo os conteúdos – do puzzle estão no lugar.
O nosso parceiro Sencore foi uma das primeiras marcas capaz de fornecer IRDs e codecs para turnaround de sinais 4K e manteve os produtos mais recentes neste campo em destaque no IBC.
Outros produtos, tecnologias e soluções (e que iremos abordar separadamente em futuras newsletters) que vimos na IBC2017 e que vale a pena destacar incluíam soluções de software para monitorização de vídeo sobre IP ao nível da qualidade de imagem real (por oposição à simples monitorização da qualidade da stream) e uma interessante solução de software para broadcast multicanal avançado de áudio sobre IP.